quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Leilão reabre caminho para produção de açúcar e etanol no Ceará

As terras férteis do Cariri são vocacionadas para a cultura da cana de açúcar
Gazeta de Notícias - O governo estadual terá uma excelente oportunidade para fazer o Cariri voltar a produzir açúcar e etanol em larga escala como no passado. A possibilidade existe porque na segunda-feira (17), a Usina Manoel Costa Filho, que já foi responsável por 4% do PIB cearense, mas encontra-se fechada em função de dívidas fiscal, bancária e trabalhista, vão a leilão. A iniciativa é da Justiça do Trabalho. A unidade acumula passivo que ultrapassa R$ 120 milhões, porém o lance mínimo é de R$ 10,8 milhões. O leilão será realizado no SEST/SENAT, às 9h30, na cidade do Crato.

Para a União Nordestina de Produtores de Cana (Unida), o leilão pela Justiça do Trabalho do parque industrial da usina garante as condições viáveis à retomada do seu funcionamento, porque isenta o comprador do restante da dívida. “Quem arrematar ficará livre de todo o débito fiscal, bancário e trabalhista que restar”, diz o presidente da entidade, Alexandre Andrade Lima. Ele antecipa que o passivo que ficar pendente continua sob a responsabilidade dos atuais acionistas.

“Não poderia existir condição melhor para o governo estadual fomentar a região do Cariri, incentivando a cadeia produtiva sucroalcooleira que encontro-se limitada à produção de cachaça e ao arranjo produtivo ultrapassado de rapadura”, diz Lima. O dirigente defende projeto que prevê a compra da usina pelo Estado para ser vendida à cooperativa de canavieiros da região. “O governador já sinalizou que tem interesse de comprá-la, mas não de administrá-la”, revela. Neste sentido, o governo pode negocia-la a uma cooperativa de produtores de cana, ou à iniciativa privada.

Entretanto, o presidente da Unida ressalta que a ação só é viável para uma cooperativa de cana, se contar com total apoio do governo. “Sem o apoio governamental nos primeiros anos, onde é preciso investimento tanto no parque industrial, como nos canaviais, o projeto não avança”, adianta. Assim sendo, segundo a proposta da entidade, após o governo comprar a usina, ele deve procurar a melhor forma de negocia-la com a cooperativa formada por fornecedores de cana da região do Cariri.

A busca de recursos financeiros poderia ser a primeira barreira ao desenvolvimento do projeto, mas este, já está sendo analisado junto ao governo federal. Os produtores de cana através das entidades de classe regional e nacional do segmento participam de grupo de trabalho voltado à formação de cooperativas de canavieiros para gerir usinas fechadas, ou em dificuldades financeiras.  O grupo é coordenado pelo Ministério da Agricultura e é composto pela Unida, Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e pelos os bancos do Nordeste (BNB) e do Brasil (BB).

Reunião no BNB – Nesta quinta-feira (13), em Fortaleza, na sede do BNB, haverá outra reunião do grupo de trabalho. Além do presidente da Unida, o presidente da Feplana, Paulo Leal, e o presidente da Comissão de Cana da CNA, Gerson Carneiro Leão, participam do encontro. O secretário de Produção e Agroenergia do Mapa, Gerardo Fontelles, e os representantes do Banco do Nordeste e do BB completam a lista. 

Usina Manoel Costa Filho já foi responsável por 4% do PIB estadual

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