sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A vida é isso

Tudo passa, como águas do rio que andam em constante movimento. Não há muitos anos - penso eu, - era menino, e ia para a escola de babeiro. Tinha quimeras, sonhos que não consegui concretizar; decorrido décadas – que passaram galopando, – vejo-me envelhecido, no Outono da vida.
Verdade é que sinto, dentro de mim, o menino que fui; morreu para o mundo, mas revive invisível neste corpo envelhecido; com ele, amores e desamores, alegrias e infortúnios, sucessos e desilusões.
A vida humana é curta, mas mais curta é a memória do homem. Quem se lembra de famosos actores, homens de sucesso do primórdio do século XX?
Quem recorda Justino Nobre Faria, um dos nossos actores dramáticos mais digno – segundo Silva Pinto, – que foi carregador, no Brasil, após haver conhecido o aplauso de plateias cultas?
E do Professor Franco, que levou para o Brasil o Método de Leitura de João de Deus, e faleceu pobre e enxovalhado pelos brasileiros?
E o célebre pianista Artur Napoleão, que brilhou nas salas europeias e faleceu quase esquecido no Rio de Janeiro?
Tudo passa, tudo se modifica. Alguém comparou a vida aos alcatruzes da nora: uns sobem, outros descem.
Uns nascem na miséria. Passam privações, fome, vexames e tornam-se, decorridos anos, políticos influentes e industriais prestigiosos; outros, infelizmente, seguem caminho inverso.
Mas pobres, ricos, analfabetos e intelectuais, terminam como bem disse José Maria Escrivá, no “ Caminho”: “ Dentro de poucos anos, dias - serão um manto de podridão hediondo: vermes, humores mal cheirosos…, e ninguém na terra se lembrará de ti.”
Ninguém se lembrará de ti, porque a vida continuou. Poderás ficar sepultado na memória de familiares e amigos…mas até eles desaparecerem também.
O mundo é isto!
Crônica condensada de Humberto Pinho - Porto Portugal
E-Mail:humbertopinhosilva@sapo.pt

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