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Foto: Elizângela Santos |
Gazeta de Notícias - O primeiro circo de concreto do Brasil será inaugurado na terra do "Padre Cícero", no dia 27 de março, Dia Nacional do Circo. Uma história iniciada pelo Instituto Ecocidadania Juriti, há 16 anos em Juazeiro, com crianças e adolescentes, na formação da cidadania. Já passaram pela entidade cerca de 1.300 pessoas de vários bairros pobres de Juazeiro do Norte. E o aprendizado continua com a resistência do grupo.
São mais de sete anos de construção do
Circo Escola de Ecocidadania. Agora, a tenda de concreto está armada, com a
cobertura metálica, e exige mais dos integrantes do projeto, para manter a
grande estrutura. A área circular chama a atenção pelo formato diferenciado na
periferia da cidade. As atividades começam a ser intensificadas. A proposta a
partir desse momento é de fortalecer as atividades de produção e educação por
meio do audiovisual, além da formação circense.
A entidade nasceu com a TV Escola Juriti, mas não houve como dar
continuidade as atividades. São vários documentários já realizados pela
entidade, que agora tem o projeto voltado para a elaboração de mais um sobre a
história da menina Benigna Cardoso da Silva, de Santana do Cariri, em processo
de beatificação pelo Vaticano.
O pouco financiamento de projetos no Brasil para manter as entidades não governamentais tem sido um grande desafio, segundo a coordenadora do Instituto, Ana Cristina Diogo. A socióloga enfrenta as dificuldades sem pestanejar, pois o importante é dar segmento ao grande trabalho, que tem buscado a maturidade. "Já fizemos educação, em espaço a céu aberto, coberto com lona e sem, e agora temos esse circo, pioneiro", diz ela.
O pouco financiamento de projetos no Brasil para manter as entidades não governamentais tem sido um grande desafio, segundo a coordenadora do Instituto, Ana Cristina Diogo. A socióloga enfrenta as dificuldades sem pestanejar, pois o importante é dar segmento ao grande trabalho, que tem buscado a maturidade. "Já fizemos educação, em espaço a céu aberto, coberto com lona e sem, e agora temos esse circo, pioneiro", diz ela.
A diretora destaca o papel compensador
de atuar na instituição, hoje podendo colher os frutos das atividades, por meio
de cidadãos formados em universidades do Brasil, ou mesmo sendo absorvidos por
grandes circos, como o do ator Marcos Frota, da Rede Globo, que acabou de
aportar em Juazeiro do Norte, levando um dos rebentos da Juriti. Era uma grande
preocupação para ela, que se emociona com o bom encaminhamento de jovens que
poderiam ter um destino diferenciado da maioria dos que estão sem uma
perspectiva na vida.
Fortalecimento
Há vários projetos para o
fortalecimento da entidade. Uma campanha de apadrinhamento vem sendo realizada,
para o desenvolvimento do projeto em parceria com a Escola de Capoeira Perna
Pesada/Recife-PE, através do Programa de Formação em Capoeira Ginga no Picadeiro.
O Picadeiro Musical foi iniciado com shows de cantores regionais. Para Cristina
Diogo, esse é um momento de ressurgimento da entidade, por meio de caminhos
criativos. "Não podemos ter um discurso de coitadinhos, porque temos
caminhos que não sejam apenas com editais e políticas públicas", diz. Ela
propõe que as organizações não governamentais comecem a pensar na criação de
uma cadeia de economia criativa.
O trabalho do instituto tem uma conexão
direta com a comunidade, a exemplo da mestre Fanca. A artesã produz várias
roupas e artesanatos na entidade. Para Cristina, o momento é de reconstrução.
Além de envolver a comunidade, tem a finalidade de sensibilizar as pessoas,
empresários e entidades. Atualmente estão frequentando o Circo Escola cerca de 70
jovens e crianças. O trabalho de formação continua sendo desenvolvido, com
aulas ministradas durante a semana e nos finais de semana.
O local é também 'Pontão' de Cultura,
do Ministério da Cultura, há quatro anos. Por meio desse projeto, está sendo
montada estrutura para a realização de documentários, projetos na área do
audiovisual. Ela destaca que hoje há bons equipamentos para o desenvolvimento
das atividades, mas o foco mesmo é a formação. O trabalho vem sendo coordenado
por Jane Malaquias, que estudou num das mais importantes escolas de audiovisual
do mundo, em Cuba.
Elias de Lima fez o documentário 'Para
ver o Reisado Passar', entre outros, e coordena atualmente o Laboratório de
Imagem e Som da Juriti. A sua experiência de formação foi feita basicamente na
entidade. Ele agora retorna para coordenar trabalho e possibilitar o
aprendizado para outros jovens.
O primeiro circo de
concreto do mundo é na Turquia. "A ideia inicial era um galpão, mas
queríamos algo mais criativo, com a preocupação maior voltada para a
segurança", diz. Na inauguração ela ainda prevê a presença de uma trupe
com acrobatas, apresentando um trabalho de pesquisa inspirado nas inscrições
rupestres da serra da Capivara, no Piauí. (ES)
Fonte: Diário do Nordeste
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