Produtores nordestinos de cana de açúcar criarão grupo de trabalho para formação de cooperativas de fornecedores nos estados onde existem usinas em dificuldade financeira. A medida, que foi deliberada durante reunião com dirigentes do Banco do Nordeste e Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Fortaleza, nesta quinta-feira (2), visa incentivar o plantio de cana na região. Também foi aprovada a garantia de crédito automático do BNB para produtores que mudarem de faixa produtiva. A instituição bancária ainda vai autorizar o financiamento para agricultores que possuem plantação em municípios que não estão incluídos no zoneamento agroecológico da cultura.
De acordo com o presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), Alexandre Andrade Lima, o BNB demonstrou todo interesse em colaborar com o desenvolvimento da cultura canavieira na região. “Tivemos total apoio, inclusive, sinalização positiva para uma possível liberação de recursos para assumirmos usinas que se encontram em dificuldade financeira, como, em Pernambuco e no Ceará. O Banco do Nordeste já realizou este tipo de parceria com fornecedores do estado de Alagoas, através da Cooperativa Pindorama. “A cooperativa gera, hoje, cerca de 1800 empregos no campo e 300 na indústria”, diz, acrescentando que a Pindorama é comandada por pequenos produtores, onde todos os cooperados, além de fornecedores de matéria-prima são donos do negócio e participam dos lucros
Dessa forma, as associações de fornecedores de cana dos estados nordestinos, juntamente com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Mapa e o BNB, criarão um grupo de trabalho para analisarem a viabilidade da criação de cooperativas de produtores para assumirem unidades industriais que apresentam dificuldade de funcionamento. Outra ação aprovada na reunião com o BNB e Mapa foi a liberação de financiamento automático para produtores de cana que mudarem de faixa produtiva (de médio para pequeno produtor). O Banco iria passar a exigir do fornecedor a apresentar projeto específico registrado em cartório para autorizar o financiamento. O procedimento oneraria os custos de 5% a 6%. Participaram da reunião a Unida e a Comissão Nacional de Cana de Açúcar da CNA.
A inclusão da liberação de recursos para produtores de municípios que não estão inseridos no zoneamento agroecológico foi mais uma conquista. O Banco, a partir de janeiro, passou a utilizar o zoneamento da cana como critério para liberação do financiamento. Assim, os municípios não incluídos no zoneamento estariam excluídos do processo. Dessa forma, muitas cidades em que o banco financiou até o ano passado, ficariam impossibilitadas do empréstimo. Só em Pernambuco, por exemplo, ficariam de fora as cidades de Bom Jardim, Buenos Ayres, Chã Grande, Feira Nova, Batateira, João Alfredo, Lagoa de Itaenga, Lagoa do Carro, Limoeiro, Macaparana, Machados e São Vicente Ferrer.
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