segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Bezerra tenta explicar denúncias em reunião com Dilma

Em reunião convocada com a presidente Dilma Rousseff para tratar de ações contra consequências das fortes chuvas, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, teve que se explicar. No Palácio do Planalto e ainda durante a reunião, o ministro divulgou três notas para contestar várias acusações. Uma das notas, sobre "supostos casos de improbidade", Bezerra atribui as denúncias a disputa política em Petrolina (PE), seu berço político e onde foi prefeito por três vezes. O ministro afirma que nada deve à Justiça e que "quase todos" os convênios firmados de seu período como prefeito foram aprovados pelo Tribunal de Contas de Pernambuco."O acirramento político em Petrolina pode ser explicado pela aproximação da disputa politica municipal. Assim, é natural que, em meio da proeminência de alguns familiares, a cidade possua grupos políticos de oposição, que divulgam qualquer fato como se verdadeiro fosse e que se utilizam de qualquer órgão de controle para apresentar denúncias sem fundamento, mas que dão noticiário e terminam por ser objeto de investigação", diz Bezerra em uma das notas.
Para o ministro, os processos contra ele tem sido uma prática recorrente em Pernambuco, seja com viés meramente político ou da competência funcional dos Ministérios Públicos. O ministro diz que, em 2010, foram abertos quatro processos contra ele pelo MPF e que todos foram indeferidos por juízes federais. Envolvem denúncias de falhas de prestação de conta em contrato com o Ministério da Agricultura, dois com o Ministério da Saúde e com a Caixa.
Em outra nota, o ministro tratou de suposto favorecimento de emendas parlamentares a seu filho, o deputado federal Fernando Coelho (PSB-PE). O ministro nega privilégios ao filho, diz que seu ministério "zela pela correta distribuição das emendas parlamentares" e que 221 parlamentares tiveram emendas individuais destinadas a órgãos de sua Pasta. "Em relação ao deputado federal Fernando Coelho Filho, informa-se que em 2011 o parlamentar teve suas emendas ao orçamento do ministério empenhadas em percentual equivalente a outros 53 parlamentares. Ou seja, não é correta afirmação de que houve suposto favorecimento", diz a nota, que não informa os valores de cada um desses 53 parlamentares.Sobre a presença do irmão, Clementino Coelho à frente da Codevasf, Bezerra reafirma que não trata-se de nepotismo, mas de cumprimento de estatuto da empresa e cita ainda a nota divulgada semana passada pela Casa Civil, na qual diz que o novo presidente teve seu nome indicado há 50 dias.
Na terceira nota, o ministro fala de denúncia de compra ilegal de terreno para aterro sanitário, em Petrolina, que teria sido adquirido duas vezes. Bezerra diz que foi induzido ao erro e o município comprou o terreno em 1996 e em 2001. A primeira compra teria deixado de ser registrada no Cadastro Imobiliário do Município. Na nota, o ministro diz que tão logo tomou conhecimento do equívoco, instaurou Comissão Especial de Sindicância para apurar o fato. O município entrou com ação de cobrança dos antigos proprietários do imóvel.

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