Gazeta de Notícias -
Paulo Emanuel Lopes
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Jozef Wesolowski, ex-núncio da Igreja Católica na República Dominicana, foi condenado pelo Vaticano à reclusão forçada em sua residência na cidade do Vaticano. O polonês, de 66 anos, é acusado de contratar serviços sexuais de menores de idade, na República Dominicana.
Um ex colaborador de Wesolowski confirmou em depoimento que havia procurado crianças para manterem relações sexuais com o então núncio; outros quatro testemunhos também corroboram as acusações. A atitude repressora da igreja é inédita em se tratando de um cargo importante como o que foi ocupado por Wesolowski. Núncios apostólicos são representantes do Vaticano nas nações, uma espécie de embaixador.
Em agosto de 2013, Wesolowski foi destituído de sua função no país caribenho, sendo transferido para Roma com o objetivo de ser submetido a um julgamento canônico. O gesto poderia ser interpretado como uma manobra para evitar que Wesolowski fosse preso na República Dominicana, onde a justiça o acusa formalmente.
Em junho deste ano, em primeira instância, Wesolowski foi declarado culpado no processo movido pela justiça do Vaticano. "A Congregação para a Doutrina da Fé condenou à demissão de sua função clerical o ex-núncio apostólico na República Dominicana, Josef Wesolowski", declarou em comunicado oficial o Vaticano.
Entretanto, por se tratar de um julgamento não penal, o ex-núncio continuou sendo visto andando livremente pelas ruas de Roma, causando mal estar ao Vaticano. Um processo criminal aberto posteriormente decretou a prisão domiciliar de Wesolowski. Segundo Federido Lombardi, porta voz da Santa Sé, a pressão para que o ex-religioso fosse punido veio diretamente do Papa Francisco.
O compromisso de Francisco
Francisco comprometeu-se publicamente com a política de ‘tolerância zero’ ao abuso de menores na Igreja Católica, iniciada por seu antecessor, o Papa Emérito Bento XVI.
Durante missa celebrada na presença de seis vítimas de crimes de pedofilia orquestradas por padres católicos, o papa argentino reconheceu que "os líderes da Igreja não responderam de maneira adequada às denúncias de abuso apresentadas por familiares e por quem foi vítima".
Veio do Papa também a criação da Comissão Pontifícia para a Tutela dos Menores, composta por quatro homens e quatro mulheres – uma destas, vítima de padres pedófilos, a irlandesa Marie Collins.
Segundo informações do Portal IHU – Unisinos, a Congregação para a Doutrina da Fé registrou uma média anual de 600 denúncias apresentadas, entre os anos de 2010 e 2012 (majoritariamente por abusos cometidos entre 1965 e 1985). Em 2002, 600 milhões de dólares foram pagos a título de indenização pelo arcebispo de Los Angeles a 500 supostas vítimas de abuso. Na Áustria, foram pagos 8 milhões de dólares por casos de abuso, somente em 2010. No Canadá, os pagamentos com indenizações ultrapassam os 700 milhões de dólares.
Um ex colaborador de Wesolowski confirmou em depoimento que havia procurado crianças para manterem relações sexuais com o então núncio; outros quatro testemunhos também corroboram as acusações. A atitude repressora da igreja é inédita em se tratando de um cargo importante como o que foi ocupado por Wesolowski. Núncios apostólicos são representantes do Vaticano nas nações, uma espécie de embaixador.
Em agosto de 2013, Wesolowski foi destituído de sua função no país caribenho, sendo transferido para Roma com o objetivo de ser submetido a um julgamento canônico. O gesto poderia ser interpretado como uma manobra para evitar que Wesolowski fosse preso na República Dominicana, onde a justiça o acusa formalmente.
Em junho deste ano, em primeira instância, Wesolowski foi declarado culpado no processo movido pela justiça do Vaticano. "A Congregação para a Doutrina da Fé condenou à demissão de sua função clerical o ex-núncio apostólico na República Dominicana, Josef Wesolowski", declarou em comunicado oficial o Vaticano.
Entretanto, por se tratar de um julgamento não penal, o ex-núncio continuou sendo visto andando livremente pelas ruas de Roma, causando mal estar ao Vaticano. Um processo criminal aberto posteriormente decretou a prisão domiciliar de Wesolowski. Segundo Federido Lombardi, porta voz da Santa Sé, a pressão para que o ex-religioso fosse punido veio diretamente do Papa Francisco.
O compromisso de Francisco
Francisco comprometeu-se publicamente com a política de ‘tolerância zero’ ao abuso de menores na Igreja Católica, iniciada por seu antecessor, o Papa Emérito Bento XVI.
Durante missa celebrada na presença de seis vítimas de crimes de pedofilia orquestradas por padres católicos, o papa argentino reconheceu que "os líderes da Igreja não responderam de maneira adequada às denúncias de abuso apresentadas por familiares e por quem foi vítima".
Veio do Papa também a criação da Comissão Pontifícia para a Tutela dos Menores, composta por quatro homens e quatro mulheres – uma destas, vítima de padres pedófilos, a irlandesa Marie Collins.
Segundo informações do Portal IHU – Unisinos, a Congregação para a Doutrina da Fé registrou uma média anual de 600 denúncias apresentadas, entre os anos de 2010 e 2012 (majoritariamente por abusos cometidos entre 1965 e 1985). Em 2002, 600 milhões de dólares foram pagos a título de indenização pelo arcebispo de Los Angeles a 500 supostas vítimas de abuso. Na Áustria, foram pagos 8 milhões de dólares por casos de abuso, somente em 2010. No Canadá, os pagamentos com indenizações ultrapassam os 700 milhões de dólares.
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