Joaquim Barbosa, de 58 anos, que está se destacar como o ministro-relator do mais importante caso dessa corte, o julgamento do "Mensalão" (- processo em que ministros do ex-governo Lula da Silva e dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT) estão a ser acusados de corromper deputados em 2005), irá presidir o Supremo Tribunal Federal do Brasil, tornando-se assim o primeiro negro na história brasileira a ocupar tal cargo.
A popularidade de Joaquim Barbosa cresceu tanto, pelo caso do “Mensalão” que uma fábrica do Rio de Janeiro já informou que, no próximo Carnaval, haverá máscaras dele à venda para os foliões.
No último domingo, ao votar, no Rio de Janeiro, nas eleições municipais, foi ovacionado por uma pequena multidão, e foi capa da revista semanal 'Veja', na sua mais recente edição, com o seguinte título: "O menino pobre que mudou o Brasil".
O Brasil foi dos últimos países a acabar com a escratura. Isso só ocorreu em 1888, pelas mão da princesa Isabel. Nos últimos tempos, no entanto, o país está a correr atrás do tempo perdido e estabeleceu uma série de benefícios para os negros, sendo o principal deles o destino de 20% a 50% das vagas de universidades federais para descendentes de negros, de índios, de pessoas extremamente pobres. Barbosa, no entanto, chegou ao ponto máximo da carreira jurídica sem ter que beneficiar de quotas.
Barbosa é de família extremamente pobre, o pai era pedreiro e tinha oito filhos, sendo Joaquim Barbosa o mais velho deles. Graças a escolas públicas, formou-se em direito e não parou de estudar, obteve mestrado, foi aprovado para o cargo de procurador da República e, em seguida, foi para França, onde cursou mestrado e doutorado em direito público, pela Universidade de Paris.
Fez outros cursos nos Estados Unidos, Inglaterra, Áustria e Alemanha. É fluente nos idiomas francês, inglês, alemão e espanhol. E até há já quem fale em Joaquim Barbosa como candidato à presidência do Brasil, seja nas eleições de 2014 e ou data futura.