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Ministro da Educação presta esclarecimento sobre
declaração polêmica, e reafirma acusação
por Chico de Gois e Isabel Braga
18/03/2015 15:40 / Atualizado 18/03/2015 16:43
BRASÍLIA
- O ministro da Educação, Cid Gomes, enfrentou o plenário da Câmara e repetiu,
diante de cerca de 300 parlamentares, que há achacadores entre os deputados e
criou mais um embate entre o governo e o Congresso. Além disso, dirigindo-se ao
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que na semana passado o
qualificou de mal educado por conta das afirmações, disse:
—
É melhor ser acusado de ser mal educado do que (ser acusado) de fazer achaque.
O
líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), pediu, da tribuna, que o governo demita
o ministro.
Cid
afirmou que não retirava o que havia afirmado durante uma visita à Universidade
Federal do Pará (UFPA), de que na Câmara "tem uns 400 ou 300 deputados que
quanto pior, melhor para eles. Eles querem que o governo esteja frágil porque é
a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, aproveitarem as emendas
impositiva". No entanto, disse que publicamente ele não dizia isso, mas
pensava desta maneira de forma particular.
—
Quem falava ali não era o ministro, mas a pessoa física, que também tem grande
respeito pelo Parlamento — disse Cid que, na sequência, atacou os parlamentares
da base de apoio ao governo que, na visão dele, age dessa maneira.
—
Isso não quer dizer que concordo com a postura de alguns, de vários desses, que
mesmo estando no governo têm postura aqui de oportunismo. Partidos de situação
têm o dever de ser situação. Ou larga o osso e saia do governo — provocou.
Cid
até pediu desculpas, mas seus ataques posteriores, em tom elevado, inflamou o
plenário. O presidente da Câmara, que havia lhe concedido 15 minutos a mais
para falar, acabou por lhe cortar a palavra. E os líderes parlamentares se
sucederam nos ataques.
Mendonça
Filho (DEM-PE), por exemplo, lembrou que, em seu discurso, Cid poupou a
oposição de suas críticas, dizendo que a esses deputados cabia criticar o
governo, enquanto quem estava no governo devia apoiar.
—
Como a oposição tem cerca de 100 membros, isso significa que os achacadores
estão na base de governo — afirmou..
—
Me perdoem, eu não tenho nenhum problema em pedir perdão para aqueles que não
comportam desse jeito. Me desculpem, não foi minha intenção agredir ninguém —
afirmou o ministro
Cid
Gomes foi convocado para esclarecer a declaração que fez durante um evento em
Belém. Ele chegou ao Plenário acompanhado de políticos do Ceará e colegas de
partido, como o governador do estado, Camilo Santana (PT), e o prefeito de
Fortaleza, Roberto Cláudio (PROS). Antes do início da sessão, o ministro
cumprimentou deputados de outros partidos que já estavam na Casa.
O
ministro convocado a prestar esclarecimentos depois de dizer, no início do mês,
que há “uns 400 deputados, 300 deputados que quanto pior melhor para eles”, que
querem o governo fragilizado para “achacarem mais”.
Ao
assumir a presidência da sessão, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pediu para que quem
não fosse deputado federal se retirasse do Plenário:
—
Por favor, eu peço que quem for não for deputado federal, e não tiver
credencial, que deixe o Plenário e se acomodem na galeria.
O
pedido irritou políticos do Ceará que acompanhavam Cid Gomes:
—
Isso é um absurdo, estão colocando os deputados estaduais do Ceará para fora do
Plenário, quando forem lá, vamos colocar pra fora também - reclamou o deputado
estadual Welington Landim (PROS).
O
ex-governador do Ceará Ciro Gomes (Pros), irmão do ministro da Educação Cid
Gomes, aconselhou que seu irmão mantenha a declaração polêmica. Em
entrevista ao blog do Eliomar, hospedado no site do jornal “O Povo”, do Ceará,
Ciro Gomes disse não se importar se a declaração vai piorar a relação do
governo com o Congresso, e defende que seu irmão reafirme sua declaração.
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