Dom Fernando Panico bispo do Crato |
Nos dias seguintes, a cúpula diocesana incumbiu o padre Edmilson Neves, pároco da igreja matriz de Nossa Senhora da Penha do Crato, para visitar individualmente cada padre, instante em que dissimuladamente coagia, com aviso nas entrelinhas, de que a falta de apoio ao bispo resultaria em retaliações. Diante desse procedimento os padres foram assinando frente aos impositivos conselhos.
O bispo italiano, naturalizado brasileiro, Fernando Panico, vem dentro de uma “batina justa” como disse a Revista Veja em edição recente, por teimar em trilhar as margens das leis canônicas de sua igreja e se confrontar com a Constituição e Código Penal brasileiros.
Uma sequencia de ações e atitudes, não condizentes com a posição de um sacerdote, vem levando o bispo do Crato a situações vexatórias e razões de chacotas nas ruas e praças das cidades do Cariri. É óbvio que o povo aumenta, mas não inventa. Mesmo assim grande parte do disse me disse, no dia-a-dia nas praças, não deixa de ter um fundo de verdade.
São boatos torpes, inconcebíveis de acontecer no seio da igreja católica, mas repetidos continuamente nas rodas e conversas, sempre com acréscimos e insinuações maldosas fazendo crer numa verdadeira algazarra de homoafetividade e esbanjamento no clero local.
Todos os fatos e acontecimentos desairosos envolvendo a figura central do bispo Fernando Panico foram postos em um consubstanciado dossiê, preparado ao longo de vários meses, por um grupo de juristas, jornalistas, fiéis católicos e sacerdotes que nessa terça feira última – 5 de novembro, foi encaminhado à Dom Giovanni d’Aniello, núncio apostólico no Brasil e ao Sumo pontífice Papa Francisco no Vaticano. O dossiê contém uma séria de documentos comprobatórios de desrespeito do bispo Fernando Panico às leis cíveis e penais do Brasil, bem como desconsiderações às leis canônicas da igreja, e menciona, inclusive, as inverdades proferidas pelo prelado em suas posições e falas em púlpitos das igrejas e sua emissora de rádio.
Por si, a situação e permanência de dom Fernando Panico frente à Diocese do Crato são insustentáveis, diz o povo que repudia sua continuidade a frente da igreja católica do Cariri, sob pena de um desmonte de todo o patrimônio da Diocese, com danos irreversíveis e irreparáveis ao conceito do catolicismo e a própria credibilidade do clero.
A renúncia é o que se pede ao bispo Fernando Panico, pois essa é mais do que uma atitude e mostra de desapego aos bens materiais e prova de amor a igreja católica, erguida há 2000 mil anos, que vem sendo molestada por sucessivos escândalos de toda ordem comportamental envolvendo padres, bispos e cardeais que dão primazia aos egos predominantes.
A pergunta que paira é: por que Dom Fernando ainda não foi destituído pelo papa Francisco? Ou mesmo, por que ele ainda não renunciou? O problema da Diocese do Crato é do tamanho de uma gota d’água na imensidão do oceano, comparando-se com as intrigas, as hipocrisias, o conservadorismo e os vaticanistas na Cúria Romana, que levam o Papa a colocar em risco sua própria vida. A história descrita nos grossos e velhos livros da Igreja Católica conta da renúncia e envenenamento de papas e das brigas pelo poder dos que cercam o chefe maior da igreja de São Pedro. A renúncia de Bento XVI foi anunciada ao comando cardinalício como um ato para que a igreja não corra o risco de renunciar a si mesma. Bento XVI não renunciou simplesmente, seu ato foi precedido de discursões e questionamento, ele denunciou a hipocrisia religiosa, o comportamento e os hábitos que procuram aprovação. O verdadeiro discípulo não serve a si mesmo nem ao público, mas a seu Senhor, na simplicidade e na generosidade, e mostrou seu desejo de trabalhar pela efetivação do Concílio Vaticano II para a verdadeira renovação da Igreja.
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