Gazeta de Notícias -
Brasília, 26 de
março de 2012
Coluna semanal da
Presidenta Dilma Rousseff
Leonardo P. Levi, 38 anos, professor particular em São Paulo (SP) – O governo tem algum projeto de incentivo à leitura
para os moradores do campo.
Presidenta Dilma – Leonardo, nós lançamos na semana passada o Programa Nacional de Educação do Campo
(Pronacampo), que tem uma ação específica neste sentido – vamos distribuir
livros para as bibliotecas de escolas rurais, buscando formar um acervo
adequado à realidade do campo e das comunidades quilombolas. Com esta ação, até
2014 nós vamos atender 1,9 milhão de estudantes dos anos finais do ensino
fundamental e do ensino médio. E nós já tínhamos um outro programa muito
bem-sucedido, que é o Arca das Letras.
Por este programa, desde 2003 o Ministério do Desenvolvimento Agrário já instalou
8.800 bibliotecas em mais de 3.200 municípios e capacitou 17.500 agentes de
leitura para estimular e orientar os leitores. O objetivo é incentivar, no meio
rural, o hábito da leitura, que é fundamental para a aprendizagem, o
entretenimento e para a formação cidadã. As bibliotecas beneficiam localidades
como assentamentos da reforma agrária, colônias de pescadores, associações de
crédito fundiário, comunidades ribeirinhas, indígenas, quilombolas e
agricultores familiares. O Arca das Letras está desenvolvendo a cultura
da leitura na zona rural – as crianças e jovens são os mais entusiasmados,
representando 70% dos frequentadores das bibliotecas.
Elcir Pinheiro Euzébio, 54
anos, dona de casa em Cabo Frio (RJ) – Por que não é aceito aluno de
escola particular para bolsa do ProUni? Gostaria de fazer uma faculdade, mas
meu diploma é de escola particular.
Presidenta Dilma – Elcir, o ProUni foi criado para permitir
que estudantes de baixa renda pudessem ingressar no ensino superior, quando não
tivessem oportunidade de cursar uma instituição pública. No caso dos estudantes
egressos de escolas particulares, há sim a possibilidade de participação no
Prouni, desde que tenham cursado o ensino médio na condição de bolsista
integral da instituição. Caso tenham cursado apenas parte do ensino médio em
escola particular, é preciso que nesse período tenham sido beneficiados com
bolsa da instituição. Se não for esse o seu caso, você ainda pode recorrer ao
Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que financia estudos em curso
superior privado. Desde 2010, o programa funciona com juros mais baixos, de
3,4% ao ano, e o aluno poderá quitar o empréstimo num prazo de três vezes o
período financiado do curso, com carência de 18 meses. Além do mais, os
professores poderão ter a dívida do Fies reduzida se atuarem na rede pública de
educação básica. Os médicos também, desde que trabalhem em equipes do programa
Saúde da Família. O ProUni, o FIES, a expansão do número de vagas nas
universidades públicas, a adoção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o
Sistema de Seleção Unificada (Sisu) são parte de nossa política de
democratização e descentralização do acesso à educação superior.
Tiago
da S. Martins, 20 anos, estudante em Ceilândia (DF) – Como o governo quer abrir
mais leitos para os usuários de crack nos hospitais, se eles não conseguem nem
atender as pessoas que vão?
Presidenta Dilma – Tiago,
estamos trabalhando em várias frentes para que o atendimento no SUS seja ágil e
de qualidade para todos, independentemente dos motivos que os levam a procurar
assistência. Em 2011, aumentamos em R$ 2,3 bilhões o total repassado
anualmente a estados e municípios para assistência hospitalar. Foram criados
mais 1.296 leitos de UTI, o maior número dos últimos 8 anos. Destinamos ainda R$
720 milhões adicionais para hospitais filantrópicos e universitários e vamos
investir R$ 20 bilhões até 2014, tanto em hospitais quanto em ambulatórios. Já
iniciamos a implantação do SOS Emergências, para melhorar a gestão e o
atendimento nos prontos-socorros dos 11 maiores hospitais públicos do país. Com
o programa Melhor em Casa, oferecemos tratamento nos domicílios, o que
contribui para descongestionar os hospitais. Em todo o país, já são 213
equipes. As ações voltadas para os dependentes químicos são parte deste
processo de melhoria de toda a rede do SUS. Hoje eles já procuram as
emergências hospitalares durante as crises. Além das enfermarias
especializadas, estamos criando vagas também nos Centros de Atenção
Psicossocial e nas Unidades de Acolhimento. Ao todo, até 2014, serão criados
13.518 leitos para atendimentos e internações durante crises de abstinência e
em casos de intoxicações graves para os dependentes químicos.
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