Gazeta de Notícias - A bordo do avião papal, 18 nov (EFE).- O papa Bento XVI expressou nesta sexta-feira sua preocupação pelo auge das igrejas evangélicas na América Latina e África.
Na conversa com jornalistas a bordo do avião que o leva a Cotonou, capital do Benin, o papa afirmou que frente a esse desafio a Igreja Católica tem que oferecer uma mensagem simples, profunda e compreensível.
O papa afirmou que as igrejas evangélicas estão crescendo porque expõem uma mensagem aparentemente compreensiva e uma liturgia participativa que, na realidade, consiste no "sincretismo de religiões".
"Isso garante um êxito, mas também resulta em pouca estabilidade", ressaltou. O religioso disse que é muito importante que o cristianismo não se conceba como um sistema difícil, e tenha uma mensagem universal.
Bento XVI acrescentou que muitas vezes esses fiéis voltam à Igreja Católica ou adotam outras igrejas pentecostais. Por isso, o papa defende uma mensagem "simples, profunda e compreensível" para que não aconteça uma fuga de cristãos para estas igrejas.
O religioso disse exigir reconciliação, justiça e paz nas guerras que ainda existem na África. "Muitas vezes as palavras foram maiores que as intenções, que a vontade de realizar esses acordos", disse em encontro com jornalistas em cúpulas sobre a pacificação do continente.
O papa pediu aos políticos e às pessoas que enxerguem além do egoísmo. "A África é um grande pulmão espiritual para uma humanidade em crise de fé e esperança", afirmou.
Bento XVI lembrou que em 50 ou 60 anos de independência, a maioria dos países africanos tiveram que enfrentar processos muito rápidos de mudança. "A humanidade se encontra em processo cada vez mais rápido de transformação, e para os povos africanos é um processo difícil, que exige a colaboração de todos", ressaltou.
Entretanto, o papa defende que a África tem muito a mostrar ao mundo. Para ele, o continente tem um "frescor" e "uma juventude cheia de entusiasmo", e que apesar dos problemas, há "uma reserva de vida e de futuro" que todos temos que levar em conta, ressaltou.
O papa destacou que vai o Benin porque é "um país que recuperou a democracia, no qual há paz, liberdade, responsabilidade e justiça, e as religiões convivem no meio de um respeito recíproco".
No país, o religioso também prestará homenagem ao cardeal Bernardin Gantin, morto em 2008: "Era um humanista, um homem de fé e um grande bispo africano muito inteligente", afirmou. EFE
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