sábado, 19 de junho de 2010

Morte de José Saramago sensibiliza o mundo literário


O escritor português José Saramago morreu nesta sexta-feira, aos 87 anos. Ele estava em casa, na ilha de Lanzarote, no arquipélago de Canárias. A informação foi divulgada pela editora espanhola Alfaguara, que publica os livros do escritor. O corpo de Saramago será trasladado neste sábado para Lisboa, onde será cremado. Suas cinzas permanecerão em Portugal.
Segundo o jornal português Diário Econômico, ele sofria de graves problemas respiratórios. O editor de Saramago, Zeferino Coelho, informou ao site português Diario Digital, que a doença do autor havia se estabilizado, mas acabou se agravando e ele não saía de casa havia várias semanas. Em entrevista à agência EFE, familiares de Saramago disseram que ele lutava contra leucemia.
Uma nota oficial, publicada no blog da Fundação José Saramago, confirmou a morte às 12h30 (hora local, 7h30 no horário de Brasília), "em consequência de uma falência múltipla dos órgãos, após uma prolongada doença". Ainda segundo o comunicado, ele estava acompanhado da família, "despedindo-se de uma forma serena e tranquila".
Saramago era um dos maiores escritores da atualidade e ganhou o Nobel de Literatura em 1998, o único conferido a uma obra em língua portuguesa. Seu último livro Caim, publicado no fim de 2009, revisita a história bíblica de Caim e Abel e foi muito criticado pela Igreja.
Vida e obra - O autor português nasceu em uma família de camponeses sem terra, em Azinhaga, uma pequena povoação situada na província do Ribatejo, cerca de 100 quilômetros a nordeste de Lisboa. Seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, mas também foi desenhista, funcionário da saúde e da previdência social, tradutor, editor, jornalista e poeta.
Publicou seu primeiro romance, Terra do Pecado, em 1947. Depois ficou um longo período sem publicar nenhuma obra, até 1966. Entre 1972 e 1973 fez parte da redação do jornal português Diário de Lisboa, para o qual foi comentador político.
A partir de 1976, dedicou-se exclusivamente ao trabalho literário, primeiro como tradutor, depois como autor. Ficou mais conhecido entre os leitores em 1984, com o livro Memorial do Convento. Desde 1993, decidiu dividir o tempo entre suas residências em Lisboa e na ilha de Lanzarote. Foi casado com a jornalista espanhola Pilar del Río por 22 anos.

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